Caros leitores,
Créditos: Diego Duque
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Nascido em 06 de Maio de 1826, no povoado do Rio do Peixe
(atual Lima Duarte, MG), era filho de Manoel Antônio de Almeida Ramos, abastado
fazendeiro, dono de metade da “Fazenda da Boa Vista” à época de seu falecimento
e de Joana Tereza do Espírito Santo. Era bisneto do português Antônio de
Almeida Ramos, genearca dos Almeida na região.
Mudou-se, em algum momento do século XIX, para Santa Bárbara
do Monte Verde, Minas Gerais, distrito de Rio Preto (atualmente, elevada a município), onde
teve movimentada vida política. Foi casado com Maria Messias Teixeira
Guimarães, com quem teve 5 filhos. Após falecimento da primeira esposa, casou-se
com Mariana Duque (sobrinha de João de Deus Duque, importante figura política
da cidade de Lima Duarte), com quem teve mais 8 filhos.
Barão e Baronesa de Santa Bárbara
Créditos: Alexandre Delgado
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Foi grande proprietário rural da região, sendo dono de quase
4000 mil alqueires de terras, que se estendiam pelas cidades de Juiz de Fora,
Lima Duarte e Rio Preto.
Trecho do livro “Memória histórica sobre a cidade de Lima
Duarte e seu município”, de Alexandre
Miranda Delgado, em que descreve alguns fatos da vida do barão, contados através de
relatos orais:
“Conservou durante toda a vida seus hábitos bucólicos de
homem do campo. Conta-se que desconhecidos que desejavam falar-lhe, iam encontra-lo
por vezes incógnito, a cavalo, em mangas de camisa, descalço, trajando vestes
rústicas; perguntava-lhe o forasteiro se conhecia o Barão, ao que este
respondia afirmativamente, adiantando que também estava à sua procura e se dirigia
a sua fazenda. Ao chegar, afastava-se por alguns instantes, vestia-se
elegantemente, e para surpresa do forasteiro, vinha recebe-lo fidalgamente na
sala principal...
Nunca permitiu que se tocasse mesmo de leve num escravo de
sua propriedade, fato raro numa época em que era comum alguns senhores
dispensarem maus tratos a seus pobres cativos. Escravos houve que, embora
pertencentes a outras fazendas, fugiam para sua propriedade em busca de
justiça. Abolida a escravatura em 1888, todos os libertos continuaram seus
servidores. Há uma passagem que deve ser assinalada: quando faleceu, foi
carregado de sua fazenda até Santa Bárbara, distante três léguas, pelo braço de
seus libertos, pela vontade espontânea dos mesmos e cada um, na volta, levou um
punhado de terra da sepultura como lembrança”.
LINHA DO
TEMPO
Em 1864, pertencia a 6ª companhia, da "parada no Rio do Peixe" (atual Lima Duarte), da Guarda Nacional. À época, possuía a patente de "alferes". O "Manoel Antônio de Almeida Reis" que consta na imagem abaixo, especulo que seja seu pai, com o último sobrenome escrito errado. O capitão "Manoel Gonçalves Pires" era marido de sua prima em 1º grau, "Maria Umbelina de Almeida".
Fonte: Almanak Administrativo, Civil e Industrial - BN Digital
Em 1869, aparece como eleitor na "freguesia de Santa Bárbara".
Fonte: Almanak Administrativo, Civil e Industrial - BN Digital
Em 1870, figura como juiz de paz em Santa Bárbara do Monte Verde.
Fonte: Almanak Administrativo, Civil e Industrial - BN Digital
Em 1874, é listado como "senhor de engenho de cilindro", em Santa Bárbara do Monte Verde.
Fonte: Almanak Administrativo, Civil e Industrial - BN Digital
Em 1880, já com o título de "Capitão", é nomeado para a 6ª companhia do 34º Batalhão da Guarda Nacional.
Fonte: A Actualidade: orgão do
Partido Liberal - BN Digital
Ainda em 1880, é eleito vereador da cidade de Rio Preto, MG, com 149 votos.
Fonte: Jornais de Ouro Preto:
Orgão do Partido Conservador - BN Digital
Em junho de 1886, é inaugurada a Igreja Matriz de Santa Bárbara do Monte Verde, construída pelo Barão.
Por decreto de 3 de agosto de 1889, recebe o título de "Barão de Santa Bárbara", concedido por Dom Pedro II.
Fonte: Jornal "Diário de Noticías (RJ)" - BN Digital
Em 1893, com a patente de "Major", foi alçado a "Tenente-Coronel" do exército.
Fonte: Minas Geraes: Orgão Oficial dos Poderes do Estado - BN Digital
Em 13 de Julho de 1903, falece João Evangelista de Almeida Ramos, o Barão de Santa Bárbara. Foi sepultado na igreja matriz de Santa Bárbara do Monte Verde.
Fonte: Jornal "O Pharol" - BN Digital
Em 20 de Julho de 1903, é realizada uma missa fúnebre, na matriz de Juiz de Fora, MG, pela alma do Barão.
Fonte: Jornal "O Pharol" - BN Digital
Atualmente, existe um busto do Barão de Santa Bárbara na praça central da cidade de Santa Bárbara de Monte Verde:
FONTES
- Biblioteca Nacional Digital
- Inventário do Barão de Santa Bárbara, disponível no site "Projeto Compartilhar"
- Livro "Memória histórica sobre a cidade de Lima Duarte e seu município", de Alexandre Miranda Delgado.
- Pesquisa dos genealogistas Diego Duque, Nilza Cantoni, Julio C. Sales, Juliana Schuery;
Muito bom o seu trabalho, como sempre! Muito bom mesmo!
ResponderExcluirMuito bom seu trabalho. Queria saber o nome dos filhos do barão de Santa barbara?
ResponderExcluirSou descendente de desta família o Barão de Santa Barbara era irmão do meu bisavô, fico feliz em saber que eram pessoas de coração bom
ResponderExcluirO Barão de Santa Bárbara era irmão do meu bisavô.
ResponderExcluirMaria da Glória de São José Almeida, irmã do Barão de Santa Bárbara, é avó de Adolfo Marcelino de Almeida (meu avô paterno), este foi proprietário da Fazenda do Adolfo em Lima Duarte, onde havia fábrica de laticínios Candelaria. Veio ao Paraná com alguns amigos, e deram os primeiros passos e formaram a comunidade São Sebastião de Itacolomi, hoje município de Novo Itacolomi, no Paraná.
ResponderExcluirSou João Batista Delgado, filho de Geraldo de Almeida Delgado e Cecília de Lima Delgado, sendo meu pai, filho do vovô Adolfo.
joaoagro@yahoo.com.br
Meu nome é José Ricardo de Almeida. Sou descendente de um dos irmãos do avô do Barão, ou seja, também sou descendente do Alferes Antônio de Almeida Ramos, o genearca dos Almeida da região do Rio do Peixe. O interessante é que, embora haja muitas mulheres em minha árvore genealógica, o sobrenome Almeida sobrepôs aos sobrenome dos respectivos maridos, o que indica o poder e a importância do clã. Em uma visita ao cemitério de Santa Bárbara do Monte Verde, onde meu pai, José Vigorito de Almeida (neto do italiano João Vigorito e alemã Alminda Stelck Kruse), encontra-se sepultado, podemos constatar que a maioria dos nomes nas lápides contem "Almeida".
ResponderExcluirJosé, o que será que temos em comum em nossa árvore genealógica? Sou neta da Sra. Philomena Vigoritto Scanelli, casada com o Sr. Luís Bertges. Vi no site My Heritage o sobrenome Stelck Kruse também entre os antepassados. Abraços.
ExcluirTenho ascendente comum com o Barão da Santa Bárbara: Luís da Silva Pinto (de Vila Real) e Leonor Pereira da Silva (do Porto). Ele era primo segundo do meu tataravô Manoel Antonio Furtado, o Capitão Basílio.
ResponderExcluirTenho ancestrais em comum com o Barão de Santa Bárbara: Alferes Luis da Silva Pinto (de Vila Real) e Leonor Pereira da Silva (do Porto). Ele era primo segundo de meu tataravô Manoel Antonio Furtado, o Capitão Basilio.
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